Facebook versus Cara a Cara

O fenômeno da rede social ganhou ainda maior proeminência em nossa psique coletiva neste mês devido ao novo filme, The Social Network, que narra as origens do Facebook no campus de Harvard. Tendo agora se espalhado muito além do domínio dos estudantes universitários para incluir pessoas de todas as idades em países de todo o mundo, o Facebook e outros sites de redes sociais representam uma nova maneira de se conectar com amigos, colegas, conhecidos, amigos de amigos e até pessoas Nós não sabemos quem quer nos "amigo" pela internet.

Mas quando nos comunicamos on-line, seja no Facebook ou por e-mail, ou quando tweet ou texto, o que está faltando? Quais são os elementos específicos em que nos percorremos quando trocamos comunicação cara a cara para conexão através do nosso computador ou Blackberry? Pode parecer óbvio para alguns, mas penso que tendemos a esquecer a importância do linguagem corporal, inflexão de voz e o simples ato de olhar alguém nos olhos durante uma conversa. Concedido, tecnologias como o Skype podem nos fornecer a imagem de tela da pessoa a quem estamos falando. Mas o contato visual é palpável em uma tela, como é na pessoa? E como "indiviso" é nossa atenção quando lemos a mensagem de email de alguém, ao contrário de quando estamos sentados em uma mesa deles? Pode uma mensagem de texto transmitir a nuance de uma expressão facial?

Os jovens me disseram sobre os sérios desentendimentos que tiveram com os amigos quando as mensagens de texto e os e-mails são mal interpretados. Discutimos a facilidade com que as palavras podem ser mal interpretadas quando são isoladas do linguagem corporal e como textos e e-mails podem transmitir mensagens erradas sobre como você realmente se sente. Há algo stilted sobre conversas on-line, porque falta uma certa dimensão da emoção, uma dimensão que só existe quando duas pessoas são face a face. A linguagem corporal, a expressão facial, o tom e a inflexão da nossa voz desempenham um papel na comunicação de nossos sentimentos.

Sugeri que meus clientes tentassem esse exercício, o que demonstra a importância dos fatores pessoais na comunicação de suas verdadeiras emoções. Os farei falar a mesma frase três vezes, cada vez que expressando uma atitude diferente ou um tom emocional. Por exemplo, se você tiver que quebrar uma data com um amigo, você pode dizer: "Desculpe, não consegui fazer nada, mas surgiu algo". Essa frase poderia ser declarada com frustração, sarcasmo ou compaixão. Pode-se falar as palavras enquanto sorri, franzindo o cenho ou colocando o braço ao redor do ombro do amigo. Quando os clientes tentam esse exercício simples, eles percebem como a mensagem muda de acordo com a forma como as palavras são faladas e quais os gestos utilizados.

Nossa expressão facial, gestos físicos e o tom emocional em nossa voz alteram o significado de nossas palavras, e é por isso que é muito difícil expressar-se de forma completa e autêntica em um e-mail ou texto – ou mesmo na frente de uma tela do Skype. Então, quando renunciamos a encontros presenciais em favor de falar em tela ou com mensagens enviadas por email ou mensagens de texto, nossos amigos recebem apenas uma mensagem parcial. O que está faltando são os sentimentos que informam as palavras.

Como reconectar as palavras aos sentimentos? Menos textos, menos Facebook e mais tempo de rosto.

– Dr. Ana Nogales