Nova pesquisa mostra como facilitar a coragem social

O que nos faz querer falar e tomar uma posição?

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Fonte: Geralt / Pixabay

As notícias nos dias de hoje estão cheias de histórias de coragem e histórias de ausência de coragem. A coragem parece ser o que os tempos pedem. Por exemplo, a campanha #metoo forneceu um novo fórum para ajudar as mulheres a terem coragem de apresentar e denunciar abuso sexual. Mas o que exatamente é coragem e quem é mais provável que seja corajoso? Será que a maneira como pensamos sobre a situação faz diferença ou os fatores situacionais e de personalidade são mais poderosos? Um estudo recente publicado on-line este mês no Journal of Positive Psychology explorou os preditores da coragem do dia a dia no local de trabalho.

O que é coragem?

De acordo com Rate e colegas (2007; Rate, 2010), coragem é um ato intencional intencional, (b) executado após deliberação consciente, envolvendo risco substancial objetivo para o ator, (d) motivado primariamente para trazer um fim bom ou digno nobre ‘(Rate et al., 2007, p. 95). Esta definição enfatiza a tomada de ação após o pensamento consciente, ao invés de impulsivamente correndo dentro Esta visão de coragem enfatiza conscientemente escolhido comportamento assumido em algum risco pessoal por causa dos valores fundamentais ou o desejo de trazer um resultado positivo, ao invés de comportamento automático, impulsivo que pode não ser conscientemente escolhido.

Os pesquisadores deste estudo concentraram-se principalmente na coragem social comportamental, que foi avaliada pela Escala de Coragem Social do Local de Trabalho de 11 itens (WSCS) de Howard e seus colegas (2016). Esse tipo de coragem envolve tomar ações deliberadas ou falar de maneiras que criam risco para a imagem social da pessoa. O trabalhador toma essa ação pelo bem dos outros ou de ajudar a organização. Um exemplo desse tipo de coragem é falar quando um colega de trabalho é rude com alguém, mesmo a custo pessoal.

Quais são os fatores preditores da coragem social?

Em dois estudos diferentes, os pesquisadores analisaram vários fatores diferentes que podem predizer a coragem, incluindo traços de personalidade (granulação e personalidade proativa), características do trabalho (por exemplo, complexidade, autonomia ou apoio social) e fatores demográficos como idade e sexo.

O primeiro estudo pesquisou mais de 200 trabalhadores e descobriu que os fatores de personalidade grit e personalidade proativa eram preditivos de maior coragem social, após o controle estatístico dos outros fatores. Pessoas corajosas são determinadas, apaixonadas por seus objetivos e dispostas a perseverar. Pessoas proativas agem para resolver e corrigir problemas, em vez de evitar.

No segundo estudo de mais de 200 trabalhadores, vários estilos de liderança (por exemplo, empoderamento de liderança, liderança abusiva) e influências culturais (por exemplo, distância do poder, orientação humana) foram avaliados como preditores, juntamente com idade, posse da organização e gênero. Neste estudo, o empoderamento de liderança, idade e distância de poder foram todos indicadores de coragem social, mas gênero e outras influências culturais e estilos de liderança não o foram. Capacitar a liderança envolve fornecer orientação e autonomia e tomar decisões de forma colaborativa. A distância do poder é a medida em que o posto e a posição na hierarquia transmitem privilégios especiais. Esses resultados sugerem que os líderes que capacitam seus trabalhadores e organizações menos hierarquizadas permitem que os trabalhadores ajam com mais coragem.

Os pesquisadores então conduziram um terceiro estudo com 395 trabalhadores, no qual todas as variáveis ​​dos dois estudos anteriores foram incluídas como preditores, juntamente com uma avaliação dos benefícios e riscos percebidos da coragem social comportamental. Neste estudo, idade e personalidade proativa foram os mais fortes indicadores de coragem. A coragem social está mais relacionada a fatores fixos como a idade e a tendência a ser proativa do que a aspectos do ambiente de trabalho ou às crenças dos trabalhadores sobre as conseqüências de se manifestar.

Implicações

As descobertas deste estudo sugerem que a coragem é principalmente uma qualidade interna de uma pessoa, embora o ambiente de trabalho e a liderança possam ter um papel na capacitação das pessoas para falar ou agir corajosamente. Este estudo é limitado pelo fato de que todas as variáveis ​​foram avaliadas por questionários autorreferidos, ao invés de observar o comportamento dos trabalhadores em situações reais.

Pesquisas sobre coragem ainda são relativamente novas e emergentes. Uma implicação deste estudo é a importância de encorajar nossos filhos a terem voz e ensiná-los a agir para ajudar a si mesmos e resolver problemas, para que possam desenvolver personalidades mais proativas e, portanto, mais capacitados a agir corajosamente como adultos. Além disso, os idosos podem desempenhar um papel importante como modelos corajosos para seus colegas mais jovens. As organizações e a sociedade podem se beneficiar quando as pessoas agem corajosamente.

Referências

Howard, MC & Cogswell, JE (2018). O lado esquerdo da coragem: três estudos exploratórios sobre os antecedentes da coragem social. O Jornal de Psicologia Positiva, 17 de janeiro de 2018 https://doi.org/10.1080/17439760.2018.1426780