A arte de transformar sua vida conscientemente

Vinte e quinhentos anos atrás, o Buda era como o primeiro psicólogo, ensinando seus seguidores sobre o poder de mudar seus processos mentais para aliviar o desconforto emocional e abraçar a mudança. Um dos seus conhecimentos eram as quatro nobres verdades que ajudavam as pessoas a se livrarem dos padrões de pensamento e comportamento que perpetuam o sofrimento.

Ao olhar para estes quatro princípios centrais do budismo, podemos entender melhor como o micromanaging de nossas circunstâncias pode nos fazer agitar e restringir. Em vez disso, quando aprendemos a soltar nossos anexos, podemos transformar nossas vidas de forma inovadora.

As quatro nobres verdades podem nos ajudar a sair da necessidade de estar no controle e, em vez disso, entrar em uma aceitação do momento presente. Somente no presente encontraremos a coragem de atravessar o limiar do desconhecido e relaxar nas mudanças que não podemos evitar. Eu acho útil fazer uma pausa consciente ao longo do dia e entrar com uma ou mais delas. É uma linda bússola a seguir.

Aqui estão as quatro nobres verdades do meu livro, Wise Mind, Open Mind e como eles podem ajudá-lo a abandonar a resistência e avançar para fora de seu dilema.

A primeira verdade nobre: ​​na vida, há sofrimento, por causa da natureza impermanente das coisas.

Porque nos sentimos mais seguros quando temos um senso de previsibilidade, desenvolvemos uma grande capacidade para negar uma verdade simples: que nada permaneça o mesmo. Então, a imprevisibilidade da vida nos mostra que, mesmo que façamos tudo "certos" e façamos todas as precauções, ainda podemos enfrentar uma perda inesperada.

Quando isso acontece, o choque pode dificultar a recuperação da sua equanimidade e o exercício da não-reatividade. Muitas vezes, ao invés de se render à inevitabilidade da mudança e trabalhar de forma criativa com ela, as pessoas recorrem ao comportamento baseado no medo de tentar assumir o controle e forçar outras pessoas e situações a cumprir suas expectativas. A primeira verdade nobre do budismo é um lembrete de não escorregar para evitar o comportamento da negação. Embora não seja sábio criar pensamentos sombrios sobre como as questões podem ter uma virada para pior, conscientemente ignorando a realidade de que todas as situações transformam você para um grande choque quando chegar esse momento.

A segunda verdade nobre: ​​o sofrimento deve-se aos apegos e às expectativas, ao aperto e à aderência.

Sua incapacidade de evitar a mudança pode torná-lo irritado, triste e frustrado. Pode ser difícil deixar de lado a falsa crença de que a única maneira de alcançar a felicidade novamente é recuperar o que foi perdido. Mesmo quando você sabe que não pode reverter a situação, você pode agonizar sobre essa realidade.

Aderindo ao que antes era, evitando o processo de sofrimento e aceitação, causa paralisia. Agarrar para um futuro conjunto de circunstâncias idênticas ao passado o impedem de descobrir quais melhores estradas estão à frente, fora de sua vista. O desejo de retroceder ou reconstruir provavelmente resultará na sua caminhada em círculos, perdidos nas madeiras escuras, em vez de espreitar os cantos para encontrar novos caminhos.

A terceira verdade nobre: é possível acabar com o sofrimento ao desistir de anexos (aderência) e expectativas (agarrando)

A mudança de perspectiva que vem quando reconhecemos que não há como um sentimento permanente de felicidade começa nossa cura do sofrimento. O próximo passo é aceitar que devemos ampliar nossa definição do que precisamos para ser feliz, desistindo dos hábitos de aderência e apreensão, bem como a necessidade de controlar as circunstâncias externas.

Depois de sair do choque de uma grande perda, estamos ainda mais desesperando sobre a possibilidade de ser alegre de novo. No entanto, a terceira verdade nobre nos oferece a promessa de um novo modo de vida que é tão gratificante, senão mais gratificante do que o antigo. Isso nos leva a iniciar o processo de transformação.

A quarta verdade nobre: o caminho para acabar com o sofrimento devido ao aperto e apreensão é através do equilíbrio e da vida no presente.

É importante equilibrar a sede de algo melhor com a aceitação do que é, agora mesmo. O equilíbrio permite que você viva no momento presente e confie em que sua aceitação limpe a névoa de confusão e distrações e mostre o caminho para avançar para a felicidade novamente. Aqui está o paradoxo da mudança: até que você possa aceitar o que é, você não pode se mover para o que pode ser.

Quando nos apegamos ao passado ou ao que já não nos servem, nos contraímos ao ponto em que não podemos ser nutridos e revigorados pelo momento presente. Temos que aceitar que o passado foi realmente passado para abrir o que o momento presente nos oferece. Nesta abertura nos tornamos nutridos, atualizados e revitalizados.