Democracia no trabalho

"Gestão responsável", escreveu Peter Drucker, "é a alternativa à tirania".

A autogestão dos funcionários, em que cada indivíduo escolhe como (e às vezes, mesmo quando) ele ou ela vai completar um projeto, pode ser visto como tendo a abordagem anti-tirania de Drucker em seu extremo totalmente democrático.

Na verdade, em algumas empresas autogeridas, os funcionários não recebem o trabalho, mas oferecem seus serviços e know-how para atingir um objetivo específico. Eu discuti uma dessas empresas, Morning Star Tomato, em uma publicação anterior. Outra empresa em que os funcionários se autogerenciam é o desenvolvedor de software de jogos Valve Corp.

Mas na verdade, a maioria das empresas não encoraja a autogestão no mínimo – e eles estão perdendo como resultado.

Uma pesquisa recente de 36 mil funcionários em 18 países, pela empresa de consultoria LRN, mostra que apenas 3% das empresas podem ser descritas como substancialmente autônomas. (Nos Estados Unidos, a figura é ainda mais patética – 2%.)

Mas essas exceções estão prosperando. A LRN descobriu que as empresas autônomas são cerca de um terço mais inovadoras, têm maior fidelidade dos funcionários e relatam maior satisfação do cliente do que as empresas não autogestionadas na pesquisa. Essas condições, por sua vez, se traduzem em melhor desempenho financeiro em comparação com as empresas tradicionalmente gerenciadas da mesma indústria.

Os benefícios da autogestão vêm, em parte, da eliminação das camadas organizacionais. Isso capacita os funcionários e aumenta a responsabilidade – dois fatores que se reforçam mutuamente (e muito parecidos com Drucker). Ao mesmo tempo, ter menos gerentes significa que aqueles que produzem diretamente a produção podem ser pagos mais. Isso oferece uma oportunidade para selecionar funcionários altamente motivados e que prosperem em um ambiente autogerenciado.

O elefante na sala, é claro, é como mover sua empresa para a autogestão. A pesquisa da LRN, juntamente com a pesquisa emergente no Centro de Estudos Neuroeconomicos (que eu executo), mostra que as empresas autogeridas têm um alto grau de transparência que engendra confiança e compromisso.

Como observei, revelar recursos financeiros e planos organizacionais é uma excelente abordagem de construção de confiança que as empresas de sucesso, como a Trader Joe's, usaram para envolver os funcionários no processo de tornar a organização bem-sucedida.

Confiar, um estímulo potente para o cérebro para produzir a oxitocina molécula de conexão e cuidado, encoraja-nos a tratar colegas de trabalho como família. As organizações planas, em vez de hierárquicas, parecem reforçar esse efeito. Além da confiança, os funcionários devem ter um senso claro de propósito, tanto a curto prazo quanto para a missão maior da organização. Saber onde a organização está indo faz com que todos se movam juntos.

Se esses três ingredientes – transparência, confiança e propósito – podem ser estabelecidos dentro de uma organização, a autogestão é uma possibilidade real.

Você pode não conseguir livrar-se de todos os gerentes, mas criar uma cultura mais democrática no trabalho é uma maneira eficaz de melhorar a linha de fundo.

Esta publicação apareceu originalmente no blog The Dx do Drucker Institute.

Paul Zak é diretor do Centro de Estudos Neuroeconomicos da Claremont Graduate University e autor da The Moral Molecule.