Hoje continuamos nesta série de entrevistas com especialistas sobre como a resiliência – um dos principais temas do meu livro, A Walking Disaster: What Surviving Katrina and Câncer me ensinou sobre fé e resiliência – se conecta à sua área de estudo.
Esta entrevista é sobre o assunto da humilde liderança e resiliência com o Dr. Bradley Owens. Ele é Professor Associado de Ética Empresarial na Marriott School of Management da Universidade Brigham Young. Sua pesquisa enfoca o impacto da humildade do líder em indivíduos e equipes, liderança ética e energia relacional.
Fonte: Bradley Owens, usado com permissão.
JA: Como você pessoalmente define liderança humilde?
BO: Na raiz da humilde liderança está a autotranscendência. Líderes humildes têm moderado ou dominado com sucesso o ego e abraçado uma perspectiva de liderança que busca elevar a todos. As dimensões específicas da humildade que descobrimos através de nossas entrevistas qualitativas com líderes envolvem, primeiro, a receptividade ao ensino; segundo, uma disposição para se ver com precisão (pontos fortes e fracos); e terceiro, valorizar e verbalizar os pontos fortes das pessoas ao seu redor.
JA: Como você se interessou em estudar liderança humilde?
BO: Eu li o livro de James Collins Good to Great durante meu primeiro ano como estudante de doutorado e fiquei intrigado com a ideia de que os melhores líderes possuem uma combinação paradoxal de intensa humildade profissional e pessoal. À medida que procurava aprender mais sobre como é uma liderança humilde, como medi-la e por que é benéfica, achei muito pouco na literatura acadêmica. Assim, decidi concentrar minha dissertação em definir, medir e explorar os efeitos da humildade do líder em contextos organizacionais.
JA: Qual é a conexão entre liderança humilde e resiliência?
BO: Alguns dos meus colegas e eu publicamos recentemente um artigo mostrando que a liderança humilde promove o capital psicológico nos seguidores. O capital psicológico implica esperança, eficácia, resiliência e otimismo (HERO). De nossas entrevistas qualitativas, acho que a humildade beneficia pessoalmente os líderes, porque as pessoas humildes são mais propensas a ver o fracasso como apenas uma parte do processo de desenvolvimento. Como os líderes humildes não tentam manter as aparências ou posturas de poder, é menos angustiante e, portanto, mais fácil de recuperar quando as coisas não correm bem.
JA: Quais são algumas maneiras pelas quais os líderes podem cultivar a humildade?
BO: É onde nossa pesquisa está focada atualmente. Há muito a aprender sobre isso. Nossas entrevistas qualitativas sugerem que a humildade é algo que os líderes podem cultivar através da prática deliberada ou algo que resulta da acumulação de experiência de vida. Obter um feedback de 360 graus para obter uma compreensão compreensiva de seus pontos fortes e fracos como líder é um bom começo. Nossa pesquisa também sugere que abraçar uma mentalidade de crescimento (um conceito da pesquisa de Carol Dweck e do popular livro Mindset) é outra maneira eficaz de cultivar a humildade.
JA: Você pode compartilhar sobre o que você está trabalhando nestes dias relacionados à liderança humilde?
BO: Meus colegas e eu estamos atualmente examinando a relevância e a função da humildade do líder em contextos extremos. Temos entrevistado comandos de operações especiais e líderes de combate para aprender sobre as condições de fronteira para a eficácia da humildade do líder. Também estamos examinando os fundamentos neurológicos da humildade e narcisismo usando leituras de EEG de líderes.