A mente de um psicopata

A falha no cérebro de um psicopata que lhes permite mentir com facilidade.

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Fonte: lindneranja92 / Pixabay

Em um post anterior, eu discuti como os psicopatas não têm o pedal de freio que a maioria de nós tem que nos impede de se envolver em comportamento imoral. Agora, um novo estudo mostra que essa falta de consciência está realmente ligada à estrutura física do cérebro de um psicopata.

Neste estudo, a atividade cerebral dos homens encarcerados foi examinada (através de uma máquina de ressonância magnética funcional, fMRI, máquina) enquanto os prisioneiros jogavam um jogo. Durante este jogo, os homens tiveram múltiplas oportunidades de se comportarem desonestamente. A primeira coisa que descobriram foi que os prisioneiros psicopatas eram mais rápidos em mentir do que os prisioneiros não psicopatas. Nenhuma surpresa real lá. Mas quando os pesquisadores analisaram os dados da atividade cerebral, eles fizeram uma descoberta surpreendente. Quanto mais alto o escore de psicopatia do prisioneiro, menor a atividade em uma área específica do cérebro conhecida como Córtex Cingulado Anterior (ACC).

Então, o que é o ACC e por que devemos nos preocupar com isso?

Acontece que o ACC é uma parte do cérebro que desempenha um papel vital no controle de impulsos e no monitoramento de conflitos. Quando a maioria das pessoas considera cometer um ato imoral como mentir, elas experimentam conflitos. Em um dos ombros, um demônio metafórico assobia em seus ouvidos, desafiando-os a ser maus. No outro ombro está um anjo implorando para que sejam bons. O ACC é a parte do nosso cérebro que reconhece quando estamos experimentando esse cabo-de-guerra entre o bem e o mal e nos ajuda a resolvê-lo, geralmente apelando para “nossos melhores anjos”, como Lincoln disse uma vez.

Mas os psicopatas têm um ACC inativo. Isso significa que, quando se encontram em um dilema moral, seus cérebros não conseguem registrar que existe um conflito. Para um psicopata, decidir entre mentir ou não é como escolher entre comer chocolate versus brócolis. Não há conflito.

Agora lembre-se, este estudo focou exclusivamente em homens que foram encarcerados por cometer um crime. Primeiro, isso significa que nem todos os criminosos são psicopatas. Mas o mais importante é que isso nos diz que os criminosos com baixa psicopatia de fato experimentam conflitos quando estão mentindo (e talvez até mesmo quando estão cometendo um crime). Criminosos com alto grau de psicopatia não.

Então, o que esses resultados podem nos dizer sobre os outros?

Certamente não é o caso de que todo mundo que tem um ACC inativo ou pequeno é um psicopata. A psicopatia ocorre por causa de uma combinação de características, não apenas uma (para saber mais sobre quais são essas características, clique aqui). Mas essa pesquisa sugere que, quando esses traços combinados existem, a arquitetura neural do psicopata facilita o comportamento imoral, e o faz com pouca preocupação ou remorso.