Por Antônio Geraldo da Silva, MD
Aproximando a psiquiatria no mundo de hoje para desmistificar vários temas inerentes ao campo: esse é um dos objetivos do 33º Congresso Brasileiro de Psiquiatria (CBP), que será realizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) entre o 4º e o 4º. 7 de novembro no Brasil. Destinado a psiquiatras, outros médicos especialistas, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e estudantes, o CBP receberá profissionais de todo o Brasil, além de 50 oradores de 20 países diferentes e uma audiência de cerca de seis mil participantes. O evento também é muito relevante porque tem uma influência direta na sociedade, discutindo pesquisadores e estudos que podem ser usados como base para o planejamento de políticas públicas de saúde mental.
Entre os oradores internacionais estão pessoas como Myrna Weissman, Robert Dantzer, David Sheehan e Nancy Andreasen. Um ilustre orador é o diretor interino da maior organização científica do mundo dedicada ao financiamento de estudos de saúde mental, o Instituto Nacional de Saúde Mental (NIHM), Bruce N. Cuthbert. Ele começou uma revolução na psiquiatria e é conhecido por suas pesquisas sobre a psicofisiologia da emoção e pesquisa translacional sobre a psicopatologia dos distúrbios de ansiedade. Cuthbert atua como editor associado da Psiquiatria Biológica e Opinião atual em Psiquiatria e publicou mais de 100 artigos, além de ter ajudado a desenvolver vários aplicativos para dispositivos móveis. Devido a essas realizações e contribuições, foi eleito presidente da Sociedade de Pesquisa Psicofisiológica em 2004 e membro da Associação de Ciências Psicológicas em 2009. Cuthbert também trabalhou no Corpo de Serviços Médicos do Exército dos EUA, na Universidade da Flórida, na Universidade de Giessen e University of Tübingen, em alemão.
As campanhas de ABP, como "Psychophobia is a Crime", criadas para combater os preconceitos contra as pessoas que sofrem de transtornos mentais e dificuldades de aprendizagem, e "Yellow September", que suscitam conscientização sobre o suicídio, também são uma grande parte do programa CBP. O tema será discutido em mesas redondas e conferências, como a do falante americano David Vincent Sheehan, que falará sobre "O rosto em mudança do suicídio: epidemiologia, avaliação e tratamento farmacológico".
No Simpósio Nacional do Presidente, eu e o ex-senador Pedro Simon, um dos quatro senadores presentes nas 17 edições dos 100 deputados mais influentes, terá um debate sobre a corrupção. Devido à atual situação política e econômica do país, o tema é sobre as mentes de todos e a reunião levantará questões como: qual o perfil dos corrompidos? O que leva alguém a praticar corrupção? Quais são as conseqüências para a sociedade?
Haverá também cerca de 150 atividades científicas e mais de 300 horas de sessões científicas com mais de 400 médicos, professores e pesquisadores. Outros temas que serão debatidos em cursos, atividades especiais, sessões de casos clínicos e oficinas são Infância e Adolescência, Espiritualidade, Ética, Violência, Genética e Neurociências, entre outros. Devido à sua qualidade e relevância social e científica, o CBP enfatiza mais a cada ano a importância de uma abordagem responsável da psiquiatria no mundo de hoje.
Antônio Geraldo da Silva é o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)