Eleitores contra terroristas: quem está ganhando?

 "Peace for Paris"
Fonte: Jean Jullien: "Paz para Paris"

Pessoas civilizadas em todos os lugares estão entristecidas, enjoadas, assustadas e enfurecidas pelos ataques terroristas deste fim de semana em Paris. Enquanto nossos corações sofrem com as vítimas deste último episódio revoltante da desumanidade a que alguns irão ganhar poder sobre os outros, é importante dar um passo atrás e notar que os terroristas nem sempre ganham.

Como um caso em questão, há dois anos Joseph Robbins (Shepherd University), Lance Hunter (Georgia Regents University) e publiquei pesquisas que analisam o efeito do terrorismo sobre a participação dos eleitores. Pesquisas anteriores sobre emoção, cognição política e comportamento político nos levaram a acreditar que o terrorismo aumentaria a participação dos eleitores.

Em particular, argumentamos que ataques terroristas são eventos ameaçadores e novos em democracias. A ameaça e a novidade desencadeiam um sistema psicológico conhecido como o sistema de vigilância (em oposição ao sistema disposicional baseado no status, orientado ao hábito e desencadeado cognitivamente), o que motiva as pessoas a examinar o ambiente político de forma mais próxima e a atribuir maior importância aos atuais e os próximos eventos políticos. Como resultado de seu maior interesse político e do aumento do valor que eles colocam em eventos políticos a curto prazo, como eleições, a hipótese de que os cidadãos seria mais propensos a votar nas próximas eleições.

Para testar isso, analisamos mais de 350 eleições legislativas realizadas em mais de 50 democracias que abrangem mais de 30 anos (1975 a 2007). Os resultados mostraram que as eleições dentro de um ano após um ataque terrorista tiveram cerca de dois pontos percentuais de participação maior do que as eleições que seguem um ano sem ataque. Se o ataque causou uma morte, a participação foi de três pontos percentuais maior do que um ano sem ataque. E, finalmente, à medida que o número de ataques e fatalidades aumentou, a porcentagem de cidadãos que acabaram votando também aumentou.

Os terroristas estão ganhando? Se a medida for sua capacidade de frustrar o voto em democracias, a resposta é claramente "não".

– – –

Para maiores informações:

Robbins, Hunter, & Murray. 2013. "Votantes versus terroristas: analisando o efeito de eventos terroristas na participação dos eleitores". Journal of Peace Research 50 (4): 495-508.

Além de escrever o blog "Caveman Politics" para Psychology Today, Gregg é Diretor Executivo da Associação de Política e Ciências da Vida e Professor Associado de Ciência Política na Texas Tech University. Você pode encontrar mais informações sobre Gregg no GreggRMurray.com.

Se você gostou desta publicação, compartilhe-a por email ou no Facebook ou no Twitter.

Siga Gregg em: Facebook / Twitter