Quando nos sentimos vítimas ou agredidas, podemos tomar várias ações. Podemos tentar ficar equilibrados. Podemos retirar-nos e nos ressentir sobre as ações prejudiciais, ao mesmo tempo que permanecemos incompreensíveis com a pessoa ofensiva. Ou podemos considerar a reconciliação.
As vantagens da conciliação são que pode levar a uma compreensão entre os vitimados e os infractores, ao mesmo tempo em que permite que os indivíduos continuem com suas vidas, sem se debruçar sobre o passado ou negá-lo.
Para dar uma chance de reconciliação, várias condições devem ser cumpridas.
1) A reconciliação requer um ambiente seguro para os vitimados e para o agressor. Sem este ambiente, a reconciliação não é possível.
2) A reconciliação requer facilitação por parte de um terceiro qualificado que possa trabalhar com ambos os lados, sem se alinharem de forma alguma com os dois lados.
3) A pessoa vitimada não deve ser coagida em reconciliação – caso contrário, a reconciliação torna-se mais uma obrigação dolorosa para essa pessoa.
4) A reconciliação leva trabalho. Em ambos os lados.
5) O infractor deve divulgar a ofensa, admitir a responsabilidade e reconhecer o dano causado à outra pessoa. A divulgação em si, em seguida, serve como uma forma imediata de justiça restaurativa para a pessoa vitimada. A divulgação incompleta desencoraja a reconciliação.
6) A reconciliação prossegue quando cada lado se compromete a entender o outro, superando o fosso entre diferentes perspectivas. O agressor aceita o que a pessoa vitimada diz sobre o prejuízo das ações do agressor; a pessoa vitimada escuta o que o agressor diz sobre as forças situacionais e as fraquezas pessoais que levaram à comissão dessas ações. Com esforço contínuo, cada pessoa começa a entender a experiência do outro. Para conciliar, nas palavras da escritora Cynthia Ozick, as pessoas precisam alcançar "um conhecimento além do comum".
7) Cada lado deve procurar superar o fosso de magnitude – as discrepâncias previsíveis entre o modo como o vitimado eo infractor se lembram dos mesmos eventos. A pessoa vitimada experimenta e lembra de emoções mais fortes e envolvimento pessoal mais intenso e vivo do que o agressor. O agressor geralmente coloca as ações prejudiciais dentro de um conjunto de influências e pode ter pensado inicialmente que a outra pessoa merecia as ações prejudiciais. A pessoa vitimada normalmente não se lembra de fatores atenuantes que podem diminuir a gravidade da ofensa.
Durante a reconciliação bem-sucedida, o infractor entende a dor infligida pelas ações prejudiciais e a pessoa vitimada já não define o ofensor exclusivamente através dessas ações prejudiciais.
Várias organizações maiores dão treinamento e assistência para promover a reconciliação em todos os níveis de interação, desde disputas individuais até problemas nas escolas e injustiças sistêmicas em toda a comunidade. Aqui estão algumas organizações líderes: o Centro de Justiça e Reconciliação, localizado em Washington, DC, que se concentra em círculos de justiça restaurativa, o Instituto Internacional de Práticas Restaurativas (IIRP), localizado em Belém, Pensilvânia, a Peace Alliance em Washington, DC e Associação Nacional de Justiça Comunitária e Restaurativa (NACRJ).
Para obter assistência na realização da reconciliação, as pessoas podem visitar os sites dessas organizações ou simplesmente procurar uma justiça restaurativa em uma determinada comunidade.